LUA NOVA EM LIBRA 10° - ECLIPSE SOLAR

O início do início é o fim

Pela observação dos eventos celestes, creditou-se aos eclipses a fama de marcarem muitas transformações, arremessos para outro lugar, seja espacial, material, relacional, emocional.

Claro que a intensidade e amplitude dessa mudança está relacionada a outros aspectos associados ao eclipse e ao mapa individual de cada um.

Portanto, não é possível prever precisamente que lugar é esse que se apresentará para cada um, até porque isso depende do nosso desejo.

Você gostaria de mudar de lugar? Se sim, em que área ou aspecto de sua vida seria? E você consegue visualizar que lugar novo você habitaria nesta área de sua vida?

Pois é! Eclipses são sombras, sobre a Lua ou o Sol, e refletem nossas sombras, aquilo que está oculto em nós e vem à superfície, de repente. Portanto, muitas vezes nos gera um incômodo, porque frequentemente escolhemos passar a vida sem olhar para nossas frustrações, necessidades não atendidas e desejos invalidados a fim de evitar assumir a fricção interna que isso traz.

Mas de tempos em tempos, a vida nos confronta com esse conteúdo inconsciente. E os tempos de eclipses, dois períodos ao ano, marcam estes tempos, nos convidam a essa honestidade na avaliação de como estamos assumindo toda a nossa bagagem e ainda avançando em nossas metas mais profundas, ou seja, nos convidam a nos localizar no espaço-tempo-consciência.

Este eclipse é o penúltimo no eixo Libra-Áries (o primeiro aconteceu em 19 de abril de 2023) e eles tem o propósito de definirmos bem nossa identidade e os modelos de relação que a esta são  convenientes. A definição do seu perfil e preferencias num site de relacionamentos é uma versão banalizada dessa dinâmica.

Mas estes eclipses nos propõem mesmo definir com maior rigor nossas parcerias, porque para atravessar os próximos em Virgem-Peixes, será melhor que já tenhamos pessoas afinadas com nosso estilo de vida e nossos propósitos mais elevados. Lembrando que quem busca relações perfeitas, não encontrará relações reais, nas quais a verdadeira intimidade, que conforta, nutre e sustenta é possível. 

E essa é mensagem de Vênus, regente do eclipse em Escorpião, regida por sua vez por Marte em Câncer, em quadratura ao eclipse. Nem sempre essa intimidade ocorre com os familiares, de mesmo sangue por assim dizer, de mesma ancestralidade. E não há nada de errado nisso. Honra e segue em frente. Plutão no último grau de Capricórnio está nos ajudando a romper de-fi-ni-ti-va-men-te esses contratos patriarcais formatados em nome da manutenção do status quo.

Além de Marte reger Vênus, ele está formando com ela e Saturno em Peixes um grande trígono de água que nos ajuda reconhecer nossas emoções mais antigas (armazenadas nos ossos, como nos sugere Saturno em Peixes), amadurecê-las, limpá-las, curá-las, pois o grande trígono aplica fluidez às águas,  às memórias.

E Lilith presente no eclipse reforça esse tema de encontrar um novo lugar, nosso lugar, mesmo que isso implique abrir mão de falsos paraísos. 

Quero lembrar a vocês o seguinte: em 2025, entre 23 de fevereiro e 07 de março, Vênus faz uma oposição ao ponto do Eclipse – direta e retrógrada - e volta a repetir a oposição em 15 de maio. Mercúrio faz a mesma oposição entre 12 de março e 19 de março, também direto e retrógrado e uma última vez direto em 26 de abril. E o Sol por sua vez faz a mesma oposição entre 29 e 30 de março, recebendo outra vez o eclipse, o último  em Áries, o derradeiro neste eixo das relações e parcerias. De modo que entre 23 de fevereiro e 15 de maio, estaremos revisitando as percepções e proposições relativas a este eclipse envolvendo não só parcerias, mas também recursos compartilhados. Portanto, quanto mais lucidez e sabedoria para nos conduzir agora, menos problemas teremos neste período de oposição (oposição sugere grande esforço para equilibrar forças opostas, pode ser um cabo de guerra. E algo que ajudará bastante é sabermos responder:  quem sou eu na fila do pão?  

Ou simplesmente: quem sou eu? - sim, de novo a velha e infinita pergunta. Qual camada deste ser,  desta identidade ainda não vi? Vá perguntando, e insistindo na pergunta, camada após camada. Porque tudo que o sistema espera de nós é que paremos de nos perguntar e eles respondam por nós,   entendeu? 

Eclipses são portais de aceleração no tempo, e neste sentido são como os buracos de minhocas mencionados na física quântica (a teoria dos buracos de minhoca, também conhecidos como pontes de Einstein-Rosen, diz que esses objetos hipotéticos são passagens curtas no espaço-tempo que podem conectar regiões distantes do universo, nos conectar a outras dimensões do espaço-tempo). E assim como o sol se apaga às 3 horas da tarde, podemos ver algo desaparecer de nossa vida de repente, e algo novo surgir também de repente, das maneiras mais surpreendestes. Portanto, que possamos dar as boas-vindas aos fins e inícios que esta Lua Nova promete.

 

Alexsandra Vieira