LUA CHEIA EM ESCORPIÃO/ TOURO 4°, 23 DE ABRIL DE 2024

CELEBREMOS,  PORQUE SOBREVIVEMOS!  

O que celebrar hoje,  23 de abril,  neste ápice da Lunação em Áries,  ocorrendo aos 4° de Touro/Escorpião?

Após uma extensa agenda de convites ao desapego,  à ressignificação da vida material ,  à transmutação e alquimização de nossa Natureza e de  nossa forma de tratar a Natureza , que vem desde 2022  o que celebrar? 

Afinal esta é a primeira Lua Cheia neste eixo Touro/Escorpião sem a presença dos Nodos Lunares,  ligados aos eclipses de 2022/2023. Um eixo que fala de necessidade de sobrevivência, de morte, heranças,  de paixão e sexualidade,  do poder de manifestar e destruir,  do medo de mudar (ilusão da continuidade) e da necessidade de mudar diante da impermanência,  de merecimento e permissão,  de controle e rendição.

Conclamo este olhar para o que celebrar diante de tudo que possamos ter perdido e chorado. Porque,  sobrevivemos e estamos do outro lado, sem dúvida mais fortes e concientes, e preenchidos de Luz após quebrarmos uma e outra vez, como nos lembra Bert Hellinger neste poema que transcrevo na íntegra: 

Vida

A vida decepciona-o pra você parar de viver com ilusões e ver a realidade. 

A vida destrói todo o supérfluo até que reste somente o importante. 

A vida não te deixa em paz, para que deixe de culpar-se e aceite tudo como "É".

A vida vai retirar o que você tem, até você parar de reclamar e começar agradecer. 

A vida envia pessoas conflitantes para te curar, pra você deixar de olhar para fora e começar a refletir o que você é por dentro.

A vida permite que você caia de novo e de novo, até que você decida aprender a lição.

A vida lhe tira do caminho e lhe apresenta encruzilhadas, até que você pare de querer controlar tudo e flua como um rio. 

A vida coloca seus inimigos na estrada, até que você pare de "reagir". 

A vida te assusta e assustará quantas vezes for necessário, até que você perca o medo e recupere sua fé.

A vida tira o seu amor verdadeiro, ele não concede ou permite, até que você pare de tentar comprá-lo.

A vida lhe distancia das pessoas que você ama, até entender que não somos esse corpo, mas a alma que ele contém. 
A vida ri de você muitas e muitas vezes, até você parar de levar tudo tão a sério e rir de si mesmo. 

A vida quebra você em tantas partes quantas forem necessárias para a luz penetrar em ti.

A vida confronta você com rebeldes, até que você pare de tentar controlar. 

A vida repete a mesma mensagem, se for preciso com gritos e tapas, até você finalmente ouvir. 

A vida envia raios e tempestades, para acordá-lo. 

A vida o humilha e por vezes o derrota de novo e de novo até que você decida deixar seu ego morrer.

A vida lhe nega bens e grandeza até que pare de querer bens e grandeza e comece a servir.

A vida corta suas asas e poda suas raízes, até que não precise de asas nem raízes, mas apenas desapareça nas formas e seu ser voe.

A vida lhe nega milagres, até que entenda que tudo é um milagre. 

A vida encurta seu tempo, para você se apressar em aprender a viver. 

A vida te ridiculariza até você se tornar nada, ninguém, para então torna-se tudo.

A vida não te dá o que você quer, mas o que você precisa para evoluir. 

A vida te machuca e te atormenta até que você solte seus caprichos e birras e aprecie a respiração.

A vida te esconde tesouros até que você aprenda a sair para a vida e buscá-los.

A vida te nega Deus, até você vê-lo em todos e em tudo.

A vida te acorda, te poda, te quebra, te desaponta... Mas creia, isso é para que seu melhor se manifeste... até que só o AMOR permaneça em ti. 

Marte,  regente da Lua Cheia em Peixes, unido a Netuno,  vem nos lembrar que tudo pelo que passamos tinha propósito maior,  mesmo que ainda esteja oculto - Mercúrio prestes a ficar direto nos revelará verdades nos próximos dias.

Plutão em Aquário,  o outro regente do plenilúnio, quadrando Sol e Lua nos recorda,  talvez com dor e desconforto,  que não há realização individual na matéria se não contemplarmos o coletivo,  as próximas gerações.  Ou seja,  sem sustentabidade e regeneração,  não sobreviveremos.

E para isso devemos curar nossos desejos,   pois o item mais  simples que consumimos - seja ideia ou produto -  gera impacto. E para isso,   Vênus,  regente do Sol em Touro,  está unida a Kiron:  para nos recordar de cultivar apenas o essencial,  para ressignificar nossos valores.

E esta Vênus também é a regente da recente conjunção Júpiter-Urano em Touro,  o grande marco para este  novo tempo que a nós se abre quanto ao que desejamos, consumimos,  produzimos e manifestamos em qualidade relacional,  material, bioenergética, imaginativa e onírica ,  afinal Marte regente de Áries onde Vênus e Kiron estão,  encontra-se em Peixes , unido a Netuno como já dissemos.

E assim,  fechamos o texto, retomando o início:  vamos celebrar nesta Lua Cheia,  tudo o que restou de nós, tudo que se transformou,  tudo o que brotou no meio dos escombros de nossos sonhos e ilusões.
Sejamos humildes e perceberemos o quanto temos a celebrar. 

Inclusive, a palavra “humildade” tem sua origem no grego antigo  HUMUS, que significa “terra”. Este mesmo vocábulo da antiga Grécia também deu origem às palavras “homem” e “humanidade”. O que nos remete a criatura nascida da terra e que vem se desenvolvendo e crescendo.

Assim, sigamos nos desenvolvendo e crescendo.  É o mínimo que podemos fazer.

Feliz Lua Cheia em Escorpião!  

@ale_yogaastral

@mirar_astrologia